Os Evangelhos Ap crifos

A Bíblia é o livro mais famoso do mundo, lido por um número incontável de cristãos e outros ao longo dos séculos. Mesmo aqueles que não são cristãos ou remotamente religiosos podem recitar Mateus, Marcos, Lucas e João como os quatro primeiros evangelhos do Novo Testamento, e livros como Gênesis e Êxodo incluem algumas das histórias mais famosas da história humana.
Entre 50 e 90 EC, os vários escritos que compõem o Novo Testamento foram escritos, incluindo os Quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de Paulo e outras cartas para comunidades mais gerais da Igreja primitiva. Mas o que é reconhecido como os 26 livros do novo testamento hoje, em centenas de traduções para o inglês, na verdade levou vários séculos mais para ser determinado como "canônicos" pela igreja. Na verdade, não foi até um Sínodo em Roma em 382 que a igreja no Ocidente adotou formalmente uma lista dos livros canônicos do novo testamento.
Durante os três séculos que se seguiram, houve muita discussão entre os diferentes escritores sobre os muitos manuscritos que circulavam entre as primeiras comunidades cristãs. Muitos dos manuscritos foram escritos anonimamente por membros dos primeiros grupos heréticos de cristãos que deram forma a escritos supostamente inspirados para dar apoio às suas posições doutrinárias. Muitos outros tinham o verniz dos textos inspirados porque eram atribuídos a um dos Doze Apóstolos ou a Maria, a mãe de Jesus; eles alegavam oferecer detalhes da vida de Jesus não cobertos em profundidade nos Quatro Evangelhos (tais como sua infância e infância), ou as atividades do chamado apóstolo, ou ensinamentos doutrinários.
Finalmente, havia escritos que apresentavam os principais ensinamentos cristãos ortodoxos dos séculos 1 e 2; em alguns casos eles eram de autoria dos sucessores dos apóstolos, em outros os autores eram anônimos. Enquanto os escritos nas duas primeiras categorias nunca foram vistos como inspirados pelos primeiros pais da igreja (os primeiros bispos, professores e teólogos pós-apostólicos nos três primeiros séculos depois de Cristo), houve disputa entre diferentes estudiosos sobre o status desses escritos como Escritura. No final, porém, esses escritos não foram incluídos no cânon do Novo Testamento. Em vez disso, eles se tornaram os primeiros escritos não-bíblicos da igreja.
O processo de determinar a Canon do Novo Testamento foi longo. Envolveu numerosos estudiosos dirigidos pelos ensinamentos da Igreja, examinando numerosos manuscritos com várias autorizações atribuídas. Os 29 que chegaram ao cânon foram aqueles que passaram em termos de autoria apostólica e conformidade com o ensino ortodoxo da Igreja. A maioria daqueles que não o fizeram falharam nessas duas contas. Outros não foram incluídos porque foram julgados como não tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo. Seja qual for a razão pela qual eles foram excluídos, os escritos que compreendem os Apócrifos do Novo Testamento, embora não sejam inspirados nas Escrituras, mostram algo do contexto no qual a Igreja primitiva desenvolveu suas doutrinas e seus escritos.
Mesmo hoje em dia, nem todos os ramos da igreja cristã concordam sobre quais escritos devem ser considerados "canônicos" e quais são "apócrifos", embora alguns textos apócrifos frequentemente tenham vínculos notáveis com livros considerados "canônicos". Independentemente disso, os Apócrifos do Novo Testamento referem-se a textos escritos por cristãos primitivos que não foram incluídos na Bíblia usados pelos principais ramos do cristianismo hoje. Esses textos variam em assunto, com alguns sendo relatos de Jesus, outros sendo sobre a natureza de Deus, e ainda outros sendo relatos e ensinamentos dos apóstolos de Jesus.